quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Éramos Cinco

Quinta-feira, 15 de setembro de 2011.
Pensando nas coisas do Reino o dia todo.
São 23h e 15min, numa hora que já não conseguia dormir, de repente me encontrei escrevendo. Lembranças me ensinaram e/ou ensinam.
E fiz uma viagem há muitos anos atrás onde no sábado pela manhã acordávamos eu e minha família (mãe e irmãos), ao som de Feliciano Amaral, acordando ainda meio tonta, vou ao banheiro, 5 minutos após minha saída entra minha mãe em seguida Érisson e por último Érica. Me lembro que no decorrer dessas cenas,  meu pai, estava na rede lendo a Palavra, ou estava de joelhos orando por nós, orações que Deus faz valer até hoje. Érisson liga a TV, pois o Pr. Silas Malafaia, já estava pregando. E meu coração já estava sendo alimentado pelo gozo do Senhor, a alegria dele já enchia minha alma. Durante todo esse dia foi assim, ouvindo pessoas falarem do amor de Jesus. Minha mãe conquistava o coração de gente que passava na rua com um abraço e uma linda passagem da Bíblia. Eu e meus irmãos ali de perto via tudo. Eu particularmente me emocionava por dentro e me orgulhava por aprender coisas tão belas.
Não posso jamais me queixar de que Deus me ignorou, não, isso não. Cura Divina, eu vi. Milagres, eu vi.
A mão de Deus, eu vi. Respostas à orações, eu pude ver. - Glória a Deus!
Lembranças tristes, me ensinaram também. Um dia à tardinha, não sei bem qual o dia da semana. Estavámos todos olhando um aquário de peixinhos que a gente tinha, e que era a paixão do meu pai. De repente não sei como eu e Érisson (pois erámos de idade próxima), arrancamos a sonda que meu pai usava no pescoço, proveniente de uma cirurgia de câncer maligno no sangue, naquela época nem sabíamos a gravidade dessa doença. Lembro que foi um corre-corre, e eu nem entendia o porquê. Meses depois para a nossa alegria, qual não foi a surpresa, uma cura. Jesus curou nosso pai. Eu acreditava que tudo que a gente orava, Jesus fazia. Mas é assim mesmo, eu sei. A gente ora, e Ele faz. Mas o tempo passa e a gente, às vezes acha que 'nosso problema' é o maior de todos. E maior que nosso Deus. Eu mesmo sei que sou um milagre da vida. Fui desenganada tantas vezes pela medicina, por um terrível cansaço crônico. a ultima lembrança que tenho do hospital, é em cima de uma cama, totalmente sem forças pra respirar. Lembro que dormi, e quando acordei, minha mãe estava no apartamento do hospital com as janelas abertas, orando. Creio que o meu acordar naquele dia, foi resposta de Deus pra oração da minha mãe. Hoje sou curada. - Glória a Deus!
Ah, quanta coisa boa o Senhor me fez todos esses anos. É um previlégio conhecer tão grande amor.
Quantas lembranças, me edificam até hoje. Érica, minha irmã, costumava contar as visões do céu - eu mesma, morria de medo -, mas me edificava sobremaneira. Essa sim, é uma mulher de Deus. Minha admiração por ela é, sem palavras. É uma guerreira, mulher virtuosa, batalhadora, é portadora de uma voz que nunca vi igual, e tem um coração enorme. Eu a amo com amor completo. Queria ser como ela. Lembro de uma vez que ela era a única que trabalhava em casa, meu pai desempregado, e ela com o que podia, nos dava o sustento. Era uma saia pra mim aqui, uma bermuda pra Érisson ali, 'uma verdurinha pra nossa mãe'. Um dinheiro pra passagem de metrô do nosso pai. Que alma linda! Minha gratidão é eterna, palavras e ações é pouco, pra o que ela merece.
Tenho enorme carinho por alguns e muitos irmãos, que não nos abandonam, mesmo depois do óbito do nosso pai. Hoje não somos da mesma igreja, mas pertencemos a mesma família, a família de Deus, se eu citar nomes aqui, posso ser injusta. Guardo tantas boas lembranças desse mesmo momento da nossa vida financeira. Eles chegavam com cesta básica, e dinheiro para algumas outras despesas. Homens e mulheres de Deus, que não cessam de orar por nós. - Glória a Deus!
E minha mãe? Essa aí, me quebra as costelas, de tantas lembranças que carrego comigo.
Ela é incondicionalmente,  mulher, amiga, pai e mãe, e tudo ao mesmo tempo. Ela também teve que trabalhar um tempo. Dava uma saudade, de nao tê-la em casa na hora de ir pro colégio. Eu e Érisson brincava na chuva, quando ela não estava em casa, fazia massinha de modelar, assava batata frita e comia pimentão verde com sal na hora do lanche. Quando ela chegava do trabalho, era uma correria pra arrumar tudo que tinha saído do lugar (risos). Mas era uma alegria, uma vida que nossa casa ganhava, era nossa luz - e ainda é -, guerreira da nossa família. Quando meu pai veio a óbito, ela nos supriu de tudo. Como uma galinha que agrupa seus pitinhos por debaixo de suas asas. Ainda hoje é assim. Nunca vi minha mãe com uma gripe sequer. Em novembro de 2010, ela caiu de cama , e cama de hospital. Vivemos tudo de novo, o que dantes vivemos com nosso pai. Dias de internação, e medicamentos que não faziam efeito. Muito amor, choro e muita oração outra vez. E mais uma vez a mão de Deus sobre a nossa casa. Ele sim, de fato, nos ama. Ah minha mãe. Eu a amo com amor completo.
Érisson, sempre foi assim, a 'minha outra parte'. Por que tudo que fazíamos, era juntos. Nossa idade era bem próxima, e a gente brincava de tudo juntos: tanto de carrinho como de boneca. Nossos pais, nos levavam à igreja, e nós sentávamos nos ultimos bancos, tinha um irmãozinho que orava bem engraçado, e a gente repetia a oração do irmão, em alto e bom tom. Era tão bom! Um dia eu fiquei cheia de orgulho, por vê-lo pregar num culto infantil, ainda lembro da pregação, foi sobre Moisés. Acho que ele devia ter de 5 pra 6 anos. Eu também o amo com amor completo.
São apenas lembranças póstumas, que carrego comigo. São essas mesmas lembranças que me fortalecem, e não me fazem parar. E me mostram que vale a pena esperar em Deus. Nossa família, como diz minha mãe, é a prova viva de que Deus existe. Amo o Senhor!.


Por Évilin Melo