sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Em Tão Tão Distante

Hoje foi um daqueles dias em que eu sentei no meio fio da calçada da minha rua, olhei pra cima e fiz aquela pergunta comumente presente na vida de qualquer ser humano: - Onde vou estar daqui há alguns anos, como estará minha vida? 
Isso me fez voltar um pouco no tempo e lembrar dessa mesma pergunta há alguns anos atrás. Hoje não é nada do que eu imaginei, naquel
e tempo eu não seria nada do que sou hoje. Mas o que são os nossos planos senão engano se não forem projetados por Deus? Somos um sopro, uma folha, sem poder algum. 
Essa mesma calçada me fez enxergar passarinhos no fio elétrico de um poste sem valor algum, poucas pessoas os notam, mas alguém tão importante e supremo os vê e cuida deles com tanta proteção, amor. Ele os alimenta, os mostra abrigo, o caminho a seguir. Que tamanho amor, por pequenos passarinhos... Voltei os olhos pra mais perto do chão, agora era eu, o meio fio e um palito riscando o chão, e continuei pensando...
Não importa a condição que eu me encontre hoje, o que me virá pouco importa também, se eu tiver os olhos do Deus supremo sobre mim, é tudo que realmente tem valor. É tudo que eu preciso. Não quero sonhos realizados se Ele não for comigo, meu futuro sem Ele é tão vazio que é a mesma coisa de estar morta. Eu só quero a vontade dEle de verdade, pra valer. Tudo só faz sentido se Ele estiver. Deve ser por isso que eu não caminhei caminhei por outras Terras, não vivi outras aventuras, certamente Ele não estaria comigo. Logo, tudo que eu tenho e vivo, faz o maior sentido. Ele estava comigo o tempo inteiro, isso já vale muito a pena por tudo que não realizei. Levantei do meio fio e voltei pensando: Ele cuida dos passarinhos, não descuidará de mim!


Por Évilin Melo

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Batimento Cardíaco


Nossa vida é assim, cheia de altos e baixos como um batimento cardíaco. Voa como águia e é passageira como uma nuvem. Há quem diga que se faz necessário os batimentos dessa vida para nos fazer sentir vida, nos fazer viver. Não há como discordar de algo tão vital.
Cada batida nos traz algo, ou de bom ou de ruim, ou pra ficar ou para ir. Não diferente do ciclo natural que acontece com o nosso corpo, com o nosso coração, nessa vida que nos propõe escolhas, podemos escolher o motivo de cada batimento acontecer, obviamente, são batimentos involuntários, mas o que os motiva não foge do nosso controle. Claro, existem coisas inesperadas, e que de um momento para o outro tudo pode acontecer, e que mesmo querendo expulsar vão ficar, por que o destino se encarrega de trazer ou de levar embora o que ele bem quer e não cabe a nós decidir o que fica, ou o que vai, nesse caso, não tem como interferir. Mas como intervir nos ciclos que nos levam para a linha da vida, da nossa vida? Há coisas que me fazem pensar nisso costumeiramente, e na maioria das vezes, todos os dias. A motivação de fazer palpitar, de fazer viver, de movimentar-se para algo ou viver em função de algo, faz toda a diferença, e é exatamente aí que podemos “nos meter”, nas coisas que fazem o coração bater, nas coisas que motivam e que incitam esses batimentos. Longe do ciclo natural, estão lá os momentos, lembranças, pessoas, sentimentos e que ao mesmo tempo moram no mesmo lugar e que são separados exatamente por esses batimentos, unidos pelo mesmo. Dá pra entender? É irônico e ao mesmo tempo tão simples e que se torna loucura pra quem não os sente. Está tudo no mesmo espaço, no mesmo lugar e é sempre tudo tão distinto. As mesmas batidas que fazem viver são as mesmas que matam e que corroem. O mortal são os mesmos batimentos. Como pode algo tão lindo, ser tão doloroso? Como descrever essa taquicardia, que quase faz o coração sair pelo peito, ultrapassar a garganta e escapar pela boca, que faz suar, que faz sentir amor mesmo em dores e em morte, em risos de alegria e tristeza, em aplausos ou em soluços. Sejam eles o que for, defina como quiser, você tem o poder, e, além disso, você pode defini-los, altos e baixos, reações ou emoções, vivê-los faz de cada batimento algo preciso.

Por Évilin Melo

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O Avesso de Mim

Eu sempre prometo pra mim, não me demorar no sofrimento, por qualquer que seja o motivo que o causou. E como de costume sempre falho na promessa. Por um olhar ou uma palavra, uma frase lida e essas tais lembranças que não me deixam falhar à memória. Isso é crueldade, já falei comigo mesma, que se eu continuar me permitindo ser assim, vou acabar sumindo ou aparecendo demais, o que eu acho que a segunda opção é a que tem mais veracidade. Não é deslealdade comigo, muito pelo contrário, eu acho que é fidelidade em excesso a quem eu sou, e bem que eu podia fugir de mim, de vez em quando. De repente, numa dessas, eu me achava de vez, ou não. Nunca vou saber, só mesmo sendo quem sou, defino-me por ser eu. Às vezes experimento ficar ao avesso e quase não consigo viver, e olhe que eu disfarço muito bem. Tento uma linguagem mais distorcida, uma rota não comum a que sempre faço, uns passos fora da linha e sempre me pego voltando pra mim. E percebo que o avesso de mim também sou eu e que se fujo do que sou encontro outra parte de mim.

Por Évilin Melo