As escrituras não mentiam quando nos alertavam sobre os acontecimentos
e o tempo do fim. Em pleno século XXI, vemos tantas rotas sendo mudadas, onde
valores significam quantidade e onde ‘anjos’ pregam uma palavra qualquer sobre
abundância recheada de bênçãos. Ainda ouvimos rumores sobre crianças aidéticas
e cancerosas, mães são mortas por não poderem sustentar os vícios dos seus filhos,
família é sinônimo de contrato milionário, pais tiram a virgindade de suas próprias
filhas, onde cada um agora é por si, e Deus é apenas distância, caso de urgência
ou troca de fé entre um fiel e seu compromisso financeiro. Tantos meios têm
sido usados ultimamente para propagar, qualquer coisa baseada em ninguém vai
descobrir, e são tantos apelos a sermos mantenedores, para sustento de tal
veículo, que se essa verba fosse usada em pregar a Palavra de Deus de maneira
mais simples, quantos salvos já não teríamos, ou quem sabe uma melhor saúde mental
sobre Reino de Deus. São tantas frases
professadas de maneira errônea que é difícil acreditar que o mesmo homem que
pregam é o mesmo que entrou em Jerusalém montado num jumentinho. Será que essas
tais bênçãos deveriam alcançar a todos, já que estamos falando de uma geração
que segue Jesus? E se tal riqueza chega até nós, por que ela não é
compartilhada entre nós, já que o que temos aprendido é sobre um padrão de vida
vivida por Jesus na época dos apóstolos? Isso deveria ser mais claro. São
tantos espalhados no mundo, que já virou epidemia. A bíblia nos revela
especificamente no livro de Atos dos Apóstolos, o que o próprio título do livro
nos descreve claramente: atos e atitudes dos apóstolos de Jesus. Em todos os seus
muitos momentos: “eram constantes em orações, no amor, no partir do pão”... Especificamente
no capitulo 2: 42 ao 47, o livro descreve como viviam os novos convertidos e
ressalta logo no início: “ e perseveravam firmes na doutrina dos apóstolos”...
Nos versículos finais ele explica de forma geral o modo de vida dos apóstolos, “vendiam
suas propriedades e repartiam tudo o que tinham”... O que é admirável, por que
aquelas pessoas respaldavam os discípulos de Jesus em tudo, pois ao longo de
sua conversão se tornaram imitadoras daqueles que ensinavam não só pregando,
mas também vivendo. É inevitável não perguntar: será que é o mesmo Jesus que
está aclamado? O que nós estamos fazendo com tamanho esforço, com tamanha obra
que esses apóstolos levaram anos para que esta doutrina chegasse até nós? Essa
é a resposta que damos a eles que pagaram com suas vidas por essa Palavra? Em
pleno século XXI, onde todos deveriam aguardar a volta de Jesus e alguns nem esperam
muita gente acredita que o verdadeiro evangelho limita-se em esperar a limusine
que “Deus” me prometeu - não falo de resultado de esforço e muito trabalho –
mas de negociar com o que é santo. Ananias e Safira por muito menos foram
consumidos. Mas, quem se importa se está na bíblia ou não? Quem se importa se
nos últimos dias surgiram doutrinas que não vem dos céus? Deus mandou maná para
o povo no deserto e eles pediram carne. Isso é terrivelmente triste, a bíblia está
claramente banalizada, e trocada por conceitos humanos. Pessoas depositam sua
fé financeira como troca por ouvir “Deus” falar. Onde foi parar: “Dai de graça
o que de graça recebestes” e “No Reino dos céus o maior serve ao menor”? Será
que precisamos de mais clareza além do exemplo dado pelo próprio Jesus lavando
os pés de Pedro? Não pretendendo uma extensão mais aguçada do texto, limito-me
apenas em um trecho de uma canção que diz: “Pregadores de rosas, pregue os
espinhos também”.
Por Évilin Melo