terça-feira, 8 de novembro de 2016

A VIDA ACONTECE NO GERÚNDIO


Eu queria poder dormir um sono profundo, tipo o da cinderela e, ser acordada depois de anos com todos os meus sonhos de menina realizados. Queria poder escolher algumas coisas antes de dormir, tipo essas listas que a gente faz pra comprar no mercado, mas com ingredientes diferentes: mais amor, paz, escolher as pessoas de boa convivência ou saber lidar com elas, escolher não ser pisada, traída ou machucada. 
Queria poder deixar tudo organizado, para quando eu despertasse as coisas já estivessem no lugar, do jeito que eu planejei.
Com certeza evitaria tanta coisa: desgaste emocional, decepção com as pessoas que amo, mas que acham que conhecem meu coração; lágrimas quase que sem fim na madrugada, soluços silenciosos no travesseiro...
Eu queria poder pular essas etapas em que a gente é julgada pela capa, como um livro que ninguém valoriza porque não é popular e que eu pudesse mostrar as pessoas quem eu sou realmente, por mais que elas não valham a pena todo esse esforço.
Eu queria não sentir muito.
Às vezes queria ser surda e cega ou ser uma formiga (sem questão o plano da criação Divina).
Eu queria num piscar de olhos resolver o que não consigo...
Mas a vida acontece no gerúndio, e é na continuação que vou ter que aprender que nem tudo é um conto de fadas e nada acontece num piscar de olhos.
Há ainda um árduo caminho a percorrer, eu sei, eu sei...
Confio em Deus que esquadrinha meus pensamentos e sustenta meus joelhos para que eu consiga prosseguir. Certamente, se não fosse Deus, com minhas próprias forças eu não conseguiria.
Ele sabe quem eu sou e o que quero me tornar. E eu acho que isso não é nada demais.