Eu
sempre prometo pra mim, não me demorar no sofrimento, por qualquer que seja o
motivo que o causou. E como de costume sempre falho na promessa. Por um olhar
ou uma palavra, uma frase lida e essas tais lembranças que não me deixam falhar
à memória. Isso é crueldade, já falei comigo mesma, que se eu continuar me
permitindo ser assim, vou acabar sumindo ou aparecendo demais, o que eu acho
que a segunda opção é a que tem mais veracidade. Não é deslealdade comigo,
muito pelo contrário, eu acho que é fidelidade em excesso a quem eu sou, e bem
que eu podia fugir de mim, de vez em quando. De repente, numa dessas, eu me
achava de vez, ou não. Nunca vou saber, só mesmo sendo quem sou, defino-me por
ser eu. Às vezes experimento ficar ao avesso e quase não consigo viver, e olhe
que eu disfarço muito bem. Tento uma linguagem mais distorcida, uma rota não
comum a que sempre faço, uns passos fora da linha e sempre me pego voltando pra
mim. E percebo que o avesso de mim também sou eu e que se fujo do que sou
encontro outra parte de mim.
Por Évilin Melo
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