sexta-feira, 15 de agosto de 2014

26 Anos Após

Do mesmo modo que a vida te prega uma peça e te faz padecer de falta e vazio na alma por almejar ter, viver e ser, não necessariamente nessa ordem. Ela te puxa, quase como que numa fração de segundos – eu quis dizer puxar pra cima, no pleonasmo. Esse tempo calcula-se pelo susto do novo que sobreveio (já escrevi sobre esse tal de novo, que chega de ímpeto. Mas, esse não. Esse é diferente). O tempo que ansiamos para que as coisas aconteçam já não é tão rápido como a “fração da surpresa”, e por isso podemos ter perdido anos de espera dentro de alguns meses. É enfadonho. Uma espera que resultou em envelhecimento da alma, agora, se finda. Folga o seu grito. A respiração volta ao seu lugar. Você começa a ter covinhas na bochecha. As borboletas chegaram à barriga... A dinâmica da vida te trouxe o novo: com o arco-íris, o pote de ouro, o céu de estrelas, o beijo molhado, o abraço apertado e tudo o mais. E você, escreve sobre isso. Tudo que sempre esperou está ali e é tão bom que não sabe como reagir... Escrever poemas, sorrir sozinha, sentar na cadeira do terraço, sentir o cheiro de terra molhada, agora são parte do novo. As luzes acenderam-se! E você será eternamente grata por isso. Mesmo que “seja infinito enquanto dure”. 

Por Évilin Melo.

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