segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

"MINHA CASA NÃO FAZ VERGONHA A NINGUÉM".

Muitos de nós já usou essa expressão, ou já a ouviu da boca de alguém - que se considera pobre: "MINHA CASA NÃO FAZ VERGONHA A NINGUÉM".
Tive a oportunidade de conhecer muita gente e ter a credibilidade suficiente para ser convidada a entrar em suas casas. Pobre, rico, preto, branco, cristão, ateu; e por aí, vai.
É impossível não notar a diferença entre essas pessoas. Das ricas às pobres, do luxo ao "lixo". Algumas casas, sim, fazem vergonha. 
Lembro-me certa vez, que viajei com meu pai, ainda criança, para um lugar paupérrimo. Ficamos em uma casa, que a água que bebíamos tinha cor de suco de cajú. Essa casa não fazia vergonha. Aliás, a "casa", era um quadrado feito de barro e não possuía muita coisa, além de uma poltrona rasgada, e um colchão com uns bichinhos que me deixaram marcas na pele, e me deram uma coçeira horrenda. Mas, essa casa não fazia vergonha a ninguém: expelia amor, aconchego, ternura, verdade... Era tudo o que eles tinham (que grande tesouro!).
De igual modo, já frequentei, lindos condomínios, verdadeiros recônditos de luxo, que não faziam vergonha também. Havia olhos nos olhos, e o luxo desses condomínios eram as pessoas. Verdadeiros tesouros andantes.
Em contrapartida, já entrei em lixos decorados de riqueza... E palácios decorados com caixas de papelão.
Como de costume, escutei esta frase por esses dias, e resolvi escrever.
Na realidade, somos o que somos e não o que temos. Nós, somos a casa que convidamos as pessoas para frequentar. E elas terão de nós o que quisermos oferecer.
Do "luxo" ao lixo, há pessoas que nem mesmo mergulhadas em garimpos conseguem ser "ricas" (?). Do "lixo" ao luxo, pode-se extrair ouro, só precisamos olhar. Perceba a riqueza que há no outro.

Por Évilin Melo

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