segunda-feira, 21 de março de 2011

Movido por Amor

Eu queria mesmo era ser como pássaro, sem limites, sem saber aonde chegar. Ou talvez pudesse ser como um nômade, capaz de me adaptar as mudanças rápidas e habituais. Queria ir à praia sozinha, fazer uma viagem, arriscar conhecer gente nova de lá do Sul. Mudar de casa sempre que cansasse do papel de parede do meu quarto e sala.
Não precisar de alguém, não chorar por ninguém, não ter medo do escuro. Assistir a um filme de terror sem sentir precisão de ter alguém por perto pra me abraçar. Não ter necessidade de uma “mão” amiga.
Eu queria mesmo é entender o segredo das borboletas e descobrir por que elas sempre tornam as flores.
A verdade é que me descobri.
Eu sou assim, e não tem como mudar.
Eu não sou pássaro livre, eu tenho raízes firmadas e são elas que me fazem viver.
Eu tenho limites, e sei muito bem aonde eles vão me levar, o que eu quero mesmo é futuro certo. Odeio mudanças repentinas e o “novo” sempre me assusta.
Gosto de ficar sozinha sim e muitas vezes, mas se penso em praia, penso em amigos. Fazer uma viagem, conhecer gente nova, isso só tem graça com quem amamos.
Sinto que súbito descobri o segredo das borboletas: o amor.
Só o amor é capaz de fazer voltar, só ele é capaz de fazer com que raízes se tornem ainda mais fortes. O amor não busca seus próprios interesses, e o tempo passa que nem percebe.
O amor melhora as pessoas, mas não muda a felicidade delas, se tratando de nômade.
Sinto que o que eu queria nunca vou ter, não me cabe ser auto-suficiente.  
Agora eu quero mesmo é descobrir mais o sobre o segredo das borboletas.


Por: Évilin Melo

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