Eu queria mesmo era ser como pássaro, sem limites, sem saber aonde chegar. Ou talvez pudesse ser como um nômade, capaz de me adaptar as mudanças rápidas e habituais. Queria ir à praia sozinha, fazer uma viagem, arriscar conhecer gente nova de lá do Sul. Mudar de casa sempre que cansasse do papel de parede do meu quarto e sala.
Não precisar de alguém, não chorar por ninguém, não ter medo do escuro. Assistir a um filme de terror sem sentir precisão de ter alguém por perto pra me abraçar. Não ter necessidade de uma “mão” amiga.
Eu queria mesmo é entender o segredo das borboletas e descobrir por que elas sempre tornam as flores.
A verdade é que me descobri.
Eu sou assim, e não tem como mudar.
Eu não sou pássaro livre, eu tenho raízes firmadas e são elas que me fazem viver.
Eu tenho limites, e sei muito bem aonde eles vão me levar, o que eu quero mesmo é futuro certo. Odeio mudanças repentinas e o “novo” sempre me assusta.
Gosto de ficar sozinha sim e muitas vezes, mas se penso em praia, penso em amigos. Fazer uma viagem, conhecer gente nova, isso só tem graça com quem amamos.
Sinto que súbito descobri o segredo das borboletas: o amor.
Só o amor é capaz de fazer voltar, só ele é capaz de fazer com que raízes se tornem ainda mais fortes. O amor não busca seus próprios interesses, e o tempo passa que nem percebe.
O amor melhora as pessoas, mas não muda a felicidade delas, se tratando de nômade.
Sinto que o que eu queria nunca vou ter, não me cabe ser auto-suficiente.
Agora eu quero mesmo é descobrir mais o sobre o segredo das borboletas.
Por: Évilin Melo
Por: Évilin Melo
Nenhum comentário:
Postar um comentário